quinta-feira, 11 de abril de 2013

Extracorpóreo


Rembrandt - Philosopher in Meditation - 1632


Assim sentia seu ser. Estranho. Como numa terra estrangeira, distante, tão inóspita quanto relativa. Atentou ao clamor - calor, pavor, amor - e seguiu sem entender quanto menos transcender a estrada, o destino. Sim, porque esse departamento de sua vida – o destino – era definitivamente uma seção confusa de seu também confuso interior. Recuando ante o umbral, abandonou-se ao rumor de suas próprias imperfeições. E como o umbral, aquele limiar a que se entrega o consciente quando a um passo da iluminação, não se atinge tão facilmente, continuou a dedicar-se ao vagar, por entre brumas e sonhos, em busca da tal visão inaugural, mais uma vez. 

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