sexta-feira, 20 de maio de 2016

Para não se ver

Saturno devorando a su hijo  - Francisco Goya - 1823

A solidão e a angústia do ser
A conexão desconectada
Um caleidoscópio de imagens
Para não se ver

O ser apartado
O país cingido
O mundo aturdido
Num breve estampido

Beijos tão vorazes
Sexos tão fugazes
Encontros tão repentinos
Enlaces tão sem destino

Na era dos extremos
A pluralidade é apenas dissimulação
Nos discursos violentos
A democracia não passa de ilusão

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ser mãe




É tornar infinita a extensão do abraço
Amar sem tempo nem espaço
Na prole reconhecer o traço

É amparar com suave enlevo
Transmitir o carinho longevo
Recriar o sentimento primevo

É nos filhos enxergar a eternidade
Indicar-lhes o caminho da verdade
Para que vivam em amor e bondade