Há tempos vagava em
busca da seiva milenar que, acreditava, como fio condutor mágico, iria lhe
guiar os trôpegos passos, erroneamente tidos como aleatórios por todos. Ao
contrário, todos esses passos eram previamente calculados. Ainda que não o soubesse.
Porém, como vivia em uma outra dimensão, não eram, os seus passos,
compreendidos.
Mas isso pouco lhe
importava. Seguia com a certeza no eterno, em passos firmes rumo ao
desconhecido. Às eternas nascentes.
A sua busca – há quanto
tempo estaria nela? – renovava-se a cada diferente cidade visitada, a cada
diferente conversa travada, a cada diferente gosto sentido... Nestes instantes,
aparecia-lhe com clareza a vastidão da obra de Deus, de seus desígnios.
Em sua alma, a dor
interior, após a invasão de todos os instantes imaginados, sucumbia, para, como
uma mãe, gerar novos e fugazes instantes definitivos. Ao mesmo tempo lembranças
deixavam-no aflito, agitado. Em suas entranhas escondia-se uma necessidade premente
de ver algo que desconhecia.
E isto o fazia
caminhar.