quarta-feira, 19 de junho de 2019

árvore da vida

The Pink Peach Tree
Vincent van Gogh
abril-maio de 1888

Curiosa a confluência do destino rumo ao seu desígnio. À procura das eternas nascentes. Ao desvario. No caminho das suavidades perenes. O acaso, volátil, transforma como uma supernova. Esparge, sutil, a subverter versos alados, a desenhar retratos retintos, a ecoar gritos calados. Jamais saberá sobre o sal da terra aquele que não anda descalço. Jamais sentirá o gosto de sol aquele que não repousa no regato. Numa cena em uma aldeia no Japão medieval eu ingresso imperceptível, como uma borboleta multicolor a mimetizar a natureza, a transcender o tempo e o espaço. A criar distopias. Utopias. Sinfonias. Voa, a alma, como condor. Flutua, o sopro, como beija-flor ao vento. Ressoa o realejo, em overdrives de guitarra gitana - filigrana. A força da gana que constroi coisas belas. Respiro e transmudo, cavaleiro andante. Teu espelho é o sorriso pintado da lua no ceu.