sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A alma que não se jaz

Cliffs near Dieppe - Eugene Delacroix - 1855

O homem sem importância
Caminha pela multidão
O homem sem relevância
Caído na contramão

Engrenagem
Ferrugem
Sabotagem
Fuligem

Invisível consciência
Corpo ausente
Sem direito à Renascença
Em desterro presente

Todos os rostos
Em um
Destinos sem pórticos
Rumo a oásis algum

Porto solidão
Homem de lugar nenhum
Silenciosa condição
Do homem comum

Todo dia
É tudo tão igual
Toda vida
É tudo tão real

Mas por detrás
Desse olhar tão vago
Desse ombro tão baixo
Há a alma que não se jaz