terça-feira, 9 de março de 2010

Fragmentos

e quando não há esperança
e quando não há alegria
e quando não há utopia
e quando não há aliança

há de se criar sorrisos
há de se recuperar motivos
há de se perceber detalhes
há de se absorver olhares

e quando não há desejo
e quando não há bondade
e quando não há vontade
e quando não há esteio

há de se permitir
pulsar

há de se sentir
vibrar

há de se respirar
alimentar

há de se descobrir
revelar

enxergar oceanos
mergulhar
desbravar galáxias
brilhar

e na mais remota dimensão

viver
crescer
aprender
compreender

o insondável enigma de
ser

Um comentário:

  1. Faça o caminho inverso deste sentir...


    Ter

    A Tangível certeza de

    Ignorar
    retroceder
    esquecer
    morrer

    e na mais óbvia partícula

    ofuscar
    temer a rua
    petrificar
    cegar para chuva

    encobrir
    ter que esconder

    definhar
    ter que sufocar

    paralisar
    ter que insensibilizar

    parar
    ter que deixar

    e se há desespero
    e se há compromisso
    e se há maldade
    e se há obrigação

    vai desviar a boca?
    vai esquecer o essencial?
    vai desperdiçar bobagens?
    vai matar as lágrimas?

    do que há de alianças
    do que há de realidades
    do que há de tristezas
    do que há de desilusões?

    INTEIROS

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