terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Guerra e paz


Às vezes me pego pensando:

- quanto tempo ainda demorará para os homens se entenderem melhor, deixarem de guerrear, de se odiar por tão pouco, por

fronteiras
deuses
riquezas
interesses

Outro dia recebi um e-mail de minha amiga Deborah, que está morando no Egito, em que ela me contou o seguinte acerca do jogo-extra Egito x Argélia, pelas Eliminatórias da Copa 2010, na África do Sul, cuja rivalidade evadiu as quatro linhas e invadiu corações e mentes de parte da população dos dois países

(sim, de parte, pois o todo, felizmente, não pode ser dizimado em visões reducionistas, e há muita gente que deseja e pratica respeito e paz mesmo em ambientes de desrespeito e guerra):

"Meu... nem te conto das baixarias do último jogo aqui no Egito... antes da final Argélia e Egito no Sudão... porra os argelinos detidos no aeroporto abriram a bandeira do Egito no chão e cagaram em cima... nossa, os policiais egípcios revoltados, abriram... e os egipcios invadiram foi o maior pau... porrada... puta pau... foi um tal de povo do deserto vs. povo do deserto... o pau comeu!!!!"

Todo esse ódio por conta de um jogo de futebol. Quer dizer, óbvio que não, que o jogo foi apenas um estopim... Aí...

- nesta semana chuvosa de dezembro aqui em São Paulo -

leio no jornal a manchete:

"Obama recebe o Nobel da Paz falando na guerra"

não só falando, mas

justificando
defendendo
vendendo
lucrando

com a guerra
com o "mal"
com a tela
com o caos

parecia o Bush falando, nosso incensado Obama

yes, we can
make the war
because we are strong
and the world to us belong

Às vezes me pego pensando

- quanto tempo ainda demorará para os homens se entenderem melhor, deixarem de guerrear, de se odiar por tão pouco...

[e penso que se encontrar a minha paz interior, já será um grande passo para

parar de pensar
e de fato ajudar
a fomentar

a paz na Terra
- e o prêmio nobel, eu dispenso]

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